17/10/2007

Dizer não sei é fácil, mas as consequências.... SERVE PARA NOS TODOS

Me acordaram e me perguntaram sobre política. Eu não sabia.
Me perguntaram o que faz um vereador. Eu não sabia.
Me perguntaram o que faz um deputado estadual. Eu não sabia.
Me perguntaram o que faz um deputado federal. Eu não sabia.
Me perguntaram o que faz um senador. Eu não sabia.
Me perguntaram em quem votei nas últimas eleições. Eu não sabia.
Me perguntaram quais são os partidos. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre os programas do PT e do PSDB. Eu não sabia.
Me perguntaram o que faz o legislativo. Eu não sabia.
Me perguntaram o que faz o executivo. Eu não sabia.
Me perguntaram o que faz o judiciário. Eu não sabia.
Me perguntaram em quem eu ia votar. Eu não sabia.
Me perguntaram o que é uma república. Eu não sabia.
Me perguntaram o que é democracia. Eu não sabia.
Me perguntaram o que é socialismo. Eu não sabia.
Me perguntaram o que é capitalismo. Eu não sabia.
Me perguntaram como fazer para criar uma lei. Eu não sabia.
Me perguntaram o telefone da câmara. Eu não sabia.
Me perguntaram o que fez o político que eu elegi. Eu não sabia.
Me perguntaram quais eram as propostas dos candidatos. Eu não sabia.
Me perguntaram quais são meus direitos. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre o orçamento da união. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre os impostos. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre a história do Brasil. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre globalização. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre a associação do bairro. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre a reunião em meu condomínio. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre meus direitos. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre a constituição. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre cidadania. Eu não sabia.
Me perguntaram o que é mensalão. Eu não sabia.
Me perguntaram o que são sanguessugas. Eu não sabia.
Me perguntaram o nome dos ministros. Eu não sabia.
Me perguntaram que colunista político eu leio. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre o horário político. Eu não sabia.
Me perguntaram em quem meus pais votaram. Eu não sabia.
Me perguntaram como são feitas as pesquisas. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre ética. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre a educação de meus filhos. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre as responsabilidades da mídia. Eu não sabia.
Me perguntaram quem são os donos das TVs e jornais. Eu não sabia.
Me perguntaram quem dá dinheiro pros partidos. Eu não sabia.
Me perguntaram como os bancos ganham tanto. Eu não sabia.
Me perguntaram como defendo meus direitos. Eu não sabia.
Me perguntaram o que são "recursos não contabilizados". Eu não sabia.
Me perguntaram quanto pago de imposto. Eu não sabia.
Me perguntaram pra onde vai o dinheiro do imposto. Eu não sabia.
Me perguntaram se tenho orgulho de ser brasileiro. Eu não sabia.
Me perguntaram o nome do professor de meu filho. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre a reunião de pais e mestres. Eu não sabia.
Me perguntaram o que vai acontecer com o Brasil. Eu não sabia.
Me perguntaram o que eu faço pelo Brasil. Eu não sabia.
Me perguntaram se me interesso por política. Isso eu sabia: não.
E então me perguntaram por que acho absurdo quando o Lula diz que não sabia.
- Ah, sei lá!
Virei pro lado e voltei a dormir.

Dizer não sei é fácil, mas as consequências.... SERVE PARA NOS TODOS

Me acordaram e me perguntaram sobre política. Eu não sabia.
Me perguntaram o que faz um vereador. Eu não sabia.
Me perguntaram o que faz um deputado estadual. Eu não sabia.
Me perguntaram o que faz um deputado federal. Eu não sabia.
Me perguntaram o que faz um senador. Eu não sabia.
Me perguntaram em quem votei nas últimas eleições. Eu não sabia.
Me perguntaram quais são os partidos. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre os programas do PT e do PSDB. Eu não sabia.
Me perguntaram o que faz o legislativo. Eu não sabia.
Me perguntaram o que faz o executivo. Eu não sabia.
Me perguntaram o que faz o judiciário. Eu não sabia.
Me perguntaram em quem eu ia votar. Eu não sabia.
Me perguntaram o que é uma república. Eu não sabia.
Me perguntaram o que é democracia. Eu não sabia.
Me perguntaram o que é socialismo. Eu não sabia.
Me perguntaram o que é capitalismo. Eu não sabia.
Me perguntaram como fazer para criar uma lei. Eu não sabia.
Me perguntaram o telefone da câmara. Eu não sabia.
Me perguntaram o que fez o político que eu elegi. Eu não sabia.
Me perguntaram quais eram as propostas dos candidatos. Eu não sabia.
Me perguntaram quais são meus direitos. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre o orçamento da união. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre os impostos. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre a história do Brasil. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre globalização. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre a associação do bairro. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre a reunião em meu condomínio. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre meus direitos. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre a constituição. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre cidadania. Eu não sabia.
Me perguntaram o que é mensalão. Eu não sabia.
Me perguntaram o que são sanguessugas. Eu não sabia.
Me perguntaram o nome dos ministros. Eu não sabia.
Me perguntaram que colunista político eu leio. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre o horário político. Eu não sabia.
Me perguntaram em quem meus pais votaram. Eu não sabia.
Me perguntaram como são feitas as pesquisas. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre ética. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre a educação de meus filhos. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre as responsabilidades da mídia. Eu não sabia.
Me perguntaram quem são os donos das TVs e jornais. Eu não sabia.
Me perguntaram quem dá dinheiro pros partidos. Eu não sabia.
Me perguntaram como os bancos ganham tanto. Eu não sabia.
Me perguntaram como defendo meus direitos. Eu não sabia.
Me perguntaram o que são "recursos não contabilizados". Eu não sabia.
Me perguntaram quanto pago de imposto. Eu não sabia.
Me perguntaram pra onde vai o dinheiro do imposto. Eu não sabia.
Me perguntaram se tenho orgulho de ser brasileiro. Eu não sabia.
Me perguntaram o nome do professor de meu filho. Eu não sabia.
Me perguntaram sobre a reunião de pais e mestres. Eu não sabia.
Me perguntaram o que vai acontecer com o Brasil. Eu não sabia.
Me perguntaram o que eu faço pelo Brasil. Eu não sabia.
Me perguntaram se me interesso por política. Isso eu sabia: não.
E então me perguntaram por que acho absurdo quando o Lula diz que não sabia.
- Ah, sei lá!
Virei pro lado e voltei a dormir.

05/10/2007

Italiano, Eu?


*Benilson Toniolo

Por que nós, filhos, netos e bisnetos de italianos, temos tanto orgulho de nossas raízes?

Por que nos orgulhamos tanto de nossos antepassados, que chegaram ao Brasil "com uma mão na frente e outra atrás", muitas vezes arrastando uma penca de filhos, faltando dentes na boca, semi alfabetizados, sem ter a mínima ideia do que veriam aqui, acreditando apenas no que diziam os que chegaram antes?

Por que se orgulhar de um bando de ignorantes que acreditou nas promessas de um monarca e atravessou um oceano inteiro guiados apenas por um sonho, um ideal de liberdade que não tinha mesmo como dar certo?

Por que se orgulhar daquelas musiquinhas batidas de cantina, daquelas roupas coloridas, daquela torre inclinada que não quer dizer nada? Como um povo que elege Sílvio Berlusconi e Roberto Calderoli pode proporcionar orgulho a alguém? Definitivamente nós, os descendentes de italianos, somos uma turma bem esquisita, mesmo.

Por qual motivo torcemos tanto para a Itália na Copa do Mundo, se muitas vezes nunca sequer fomos lá?

Se a maioria não conheceu seus antepassados, pois nasceram após a morte deles, por que este curioso orgulho quando alguém pronuncia –em geral de forma equivocada- nosso sobrenome e pergunta: "italiano?"

Por que hoje a morte de um velho tenor de Modena que invariavelmente cantava em napolitano –língua feita pra se ouvir com a alma, e não com os ouvidos- nos comove tanto, a ponto de lamentarmos sinceramente sua perda –nós que nem lá nascemos?

Definitivamente nós, os descendentes de italianos, somos uma turma bem esquisita, mesmo.

Acredito que o sentimento que nos acomete seja comum a cada um de nós.

Amar a Itália e tudo o que lhe diz respeito é, antes de mais nada, manter viva a luta de nossos antepassados, quando resolveram partir e vir parar aqui nestas bandas, dando origem às nossas respectivas famílias. La famiglia, cari, la famiglia.

Amar a Itália é saber valorizar sua história de lutas e conquistas.

É reconhecer sua arte como a mola propulsora do que o homem produziu de mais belo e harmônico.

É reconhecer sua língua em meio a milhares de outras.

É bordar o nome do País na camiseta, no boné, na toalha de banho, na de mesa, na camiseta, em verde, branco e vermelho (pela ordem).

É valorizar a retranca quando se sabe que o melhor é a bola na rede.

É dizer que Baggio foi melhor que Maradona e Platini, juntos.

É ter ficado com o coração dividido na final de 94, mas sem ninguém perceber. E lamentar aquele penalti até hoje.

É assoviar distraidamente o Hino de Mameli sem saber exatamente do que se trata.

É reconhecer que óperas são coisas muito legais, mesmo.

É pesquisar na Internet a origem do sobrenome, e procurar decorar o nome da região de origem. Depois procurar no mapa onde é que fica.

É rabiscar na última folha do caderno da Escola um mapa mais ou menos parecido com uma bota, e escrever em baixo "Italia" sem acento no primeiro a.

É considerar os outros descendentes como uma espécie de confrades. Como se cada família formasse uma só, imensa e apaixonada como a própria terra onde tudo começou.

É ensinar os filhos a diferença entre Verdi e Vivaldi.

É obrigar a noiva a entrar na igreja ao som de "Cavalleria Rusticana".

É perdoar Bocelli por ter gravado com a Sandy.

Amar a Itália é, antes de tudo, ser um pouco mais feliz do que as outras pessoas.

Pensando bem, nós somos todos um bando de pazzi, mesmo.

Apaixonadamente pazzi.

Italiano, Eu?


*Benilson Toniolo

Por que nós, filhos, netos e bisnetos de italianos, temos tanto orgulho de nossas raízes?

Por que nos orgulhamos tanto de nossos antepassados, que chegaram ao Brasil "com uma mão na frente e outra atrás", muitas vezes arrastando uma penca de filhos, faltando dentes na boca, semi alfabetizados, sem ter a mínima ideia do que veriam aqui, acreditando apenas no que diziam os que chegaram antes?

Por que se orgulhar de um bando de ignorantes que acreditou nas promessas de um monarca e atravessou um oceano inteiro guiados apenas por um sonho, um ideal de liberdade que não tinha mesmo como dar certo?

Por que se orgulhar daquelas musiquinhas batidas de cantina, daquelas roupas coloridas, daquela torre inclinada que não quer dizer nada? Como um povo que elege Sílvio Berlusconi e Roberto Calderoli pode proporcionar orgulho a alguém? Definitivamente nós, os descendentes de italianos, somos uma turma bem esquisita, mesmo.

Por qual motivo torcemos tanto para a Itália na Copa do Mundo, se muitas vezes nunca sequer fomos lá?

Se a maioria não conheceu seus antepassados, pois nasceram após a morte deles, por que este curioso orgulho quando alguém pronuncia –em geral de forma equivocada- nosso sobrenome e pergunta: "italiano?"

Por que hoje a morte de um velho tenor de Modena que invariavelmente cantava em napolitano –língua feita pra se ouvir com a alma, e não com os ouvidos- nos comove tanto, a ponto de lamentarmos sinceramente sua perda –nós que nem lá nascemos?

Definitivamente nós, os descendentes de italianos, somos uma turma bem esquisita, mesmo.

Acredito que o sentimento que nos acomete seja comum a cada um de nós.

Amar a Itália e tudo o que lhe diz respeito é, antes de mais nada, manter viva a luta de nossos antepassados, quando resolveram partir e vir parar aqui nestas bandas, dando origem às nossas respectivas famílias. La famiglia, cari, la famiglia.

Amar a Itália é saber valorizar sua história de lutas e conquistas.

É reconhecer sua arte como a mola propulsora do que o homem produziu de mais belo e harmônico.

É reconhecer sua língua em meio a milhares de outras.

É bordar o nome do País na camiseta, no boné, na toalha de banho, na de mesa, na camiseta, em verde, branco e vermelho (pela ordem).

É valorizar a retranca quando se sabe que o melhor é a bola na rede.

É dizer que Baggio foi melhor que Maradona e Platini, juntos.

É ter ficado com o coração dividido na final de 94, mas sem ninguém perceber. E lamentar aquele penalti até hoje.

É assoviar distraidamente o Hino de Mameli sem saber exatamente do que se trata.

É reconhecer que óperas são coisas muito legais, mesmo.

É pesquisar na Internet a origem do sobrenome, e procurar decorar o nome da região de origem. Depois procurar no mapa onde é que fica.

É rabiscar na última folha do caderno da Escola um mapa mais ou menos parecido com uma bota, e escrever em baixo "Italia" sem acento no primeiro a.

É considerar os outros descendentes como uma espécie de confrades. Como se cada família formasse uma só, imensa e apaixonada como a própria terra onde tudo começou.

É ensinar os filhos a diferença entre Verdi e Vivaldi.

É obrigar a noiva a entrar na igreja ao som de "Cavalleria Rusticana".

É perdoar Bocelli por ter gravado com a Sandy.

Amar a Itália é, antes de tudo, ser um pouco mais feliz do que as outras pessoas.

Pensando bem, nós somos todos um bando de pazzi, mesmo.

Apaixonadamente pazzi.