09/04/2012

Santastico o show da Vila

Contra o preconceito e acreditando nos jovens - "Santástico, o show da Vila" 
Observem, na reportagem abaixo, o estabelcimento dos princípios daquilo que, posteriormente, tornou-se uma cultura vencedora e determinou grandeza ao Santos Futebol Clube.
É por isso que tenho orgulho de torcer para esta agremiação desportiva....temos muitas afinidades.
Abraços alvinegro-praianos para todos os amantes do bom futebol.

Meninos da Vila: Peixe aposta em jovens desde o início dos 100 anos

Muito antes de Neymar e Pelé, primeiro time santista de que se tem notícia era formado por garotos e dois negros - um drible no preconceito da época

Por Gustavo Serbonchini Santos, SP
Falar em Santos Futebol Clube e não pensar em jogadores jovens e alguns negros é praticamente impossível. Pelé, Robinho, Neymar. Jovens que encantaram e encantam torcedores do mundo inteiro. Ter jogadores com essas características está no DNA do clube alvinegro, que completa 100 anos no próximo dia 14. Desde o início, o Peixe escalou meninos.
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Uma das primeiras fotos de um time santista de que se tem notícia mostra vários jovens e – fato raríssimo – dois negros. Algo absolutamente incomum na época. O registro é de 1912. No início do século passado, o futebol era praticado quase que exclusivamente por jogadores com condição financeira favorável. E o preconceito racial era muito forte. A discriminação afetava grande parte dos negros, que eram proibidos de exercer muitas atividades, entra elas jogar futebol. O que hoje em dia é um absurdo, na época era comum.
Time do Santos de 1912. Alguns garotos e dois negros (em destaque) (Foto: Divulgação / Santos FC)
No entanto, pouco se sabe sobre esses santistas dos passos iniciais. O pesquisador Guilherme Guarche, que coordena o Centro de Memória e Estatística do clube, ainda não conseguiu identificar vários jogadores desse primeiro time – inclusive os dois negros. Ele busca nas fichas dos jogos e relatos alguma informação para saber definir quem é quem. O que se sabe, apenas, é que se trata realmente de uma das primeiras formações do Peixe. Isto porque o goleiro do time é o francês Julien Fauvel, que defendeu as cores alvinegras por apenas seis partidas e logo depois da fundação.
Coutinho (esquerda) estreou em 1958, com
apenas 14 anos (Foto: Ricardo Saibun/Santos FC)
O fato é que, dando de ombros para o preconceito, o Peixe apostou na receita. Manteve os dois jogadores, além dos meninos. O primeiro ídolo alvinegro, craque reconhecido em sua época como tal, foi Araken Patusca, que entrou em campo pela primeira vez em 1923, com apenas 15 anos, para completar o time. Não saiu mais. Ele estava na Vila Belmiro assistindo ao amistoso entre Santos e Jundiaí e foi posto para jogar em lugar de Edgar da Silva Marques, que havia passado mal momentos antes. Araken foi responsável por quatro dos cinco gols do Santos, no empate em 5 a 5. Ele era filho de Sizino Patusca, então presidente do clube.

O mais jovem a vestir a camisa santista também é um jogador que fez muito pelo clube. Ninguém menos do que Coutinho. Ao lado de Pelé, foi campeão de tudo entre o fim dos anos 50 e os anos 60. O atacante, que nasceu no dia 11 de junho de 1943, estreou no Peixe com menos de 15 anos. No dia 17 de maio de 1958, com 14 anos e 11 meses e 6 dias. Esteve em campo no amistoso entre Santos e Sírio Libanês, de Goiás. O Peixe venceu por 7 a 1 e Coutinho fechou o placar.

Os principais times do Peixe sempre contavam com muitos jovens. O da era Pelé e as três gerações de Meninos da Vila, por exemplo. A história mostra que o Santos fez a melhor escolha possível em colocar jovens desde o início. Eles foram responsáveis por grande parte dos títulos do clube. Não por acaso, o slogan oficial dos festejos do Centenário é "Meninos para Sempre".
Neymar e Robinho: tradição de formar meninos campeões (Foto: Ricardo Saibun/Divulgação Santos FC)

03/04/2012

Por dentro do cerebro

Por dentro do cérebro - Dr Paulo Niemeyer Filho / Neurocirurgião         

Parte da entrevista da revista PODER, ao neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho,
abaixo, quando lhe foi perguntado:

O que fazer para melhorar o cérebro ?

Resposta:

Vc. tem de tratar do espírito. Precisa estar feliz, de bem com a vida, fazer exercício. Se está deprimido, reclamando de tudo, com a autoestima baixa, a primeira coisa que acontece é a memória ir embora; 90% das queixas de falta de memória são por depressão, desencanto, desestímulo. Para o cérebro funcionar melhor, você tem de ter alegria. Acordar de manhã e ter desejo de fazer alguma coisa, ter prazer no que está fazendo e ter a autoestima no ponto.
PODER: Cabeça tem a ver com alma?

PN: Eu acredito que a alma está na cabeça. Quando um doente está com morte cerebral, você tem a impressão de que ele já está sem alma... Isso não dá para explicar, o coração está batendo, mas ele não está mais vivo. Isto comprova que os sentimentos se originam no cérebro e não no coração.

PODER: O que se pode fazer para se prevenir de doenças neurológicas?


PN: Todo adulto deve incluir no check-up uma investigação cerebral. Vou dar um exemplo: os aneurismas cerebrais têm uma mortalidade de 50% quando rompem, não importa o tratamento. Dos 50% que não morrem, 30% vão ter uma sequela grave: ficar sem falar ou ter uma paralisia. Só 20% ficam bem. Agora, se você encontra o aneurisma num checkup, antes dele sangrar, tem o risco do tratamento, que é de 2%, 3%. É uma doença muito grave, que pode ser prevenida com um check-up.

PODER: Você acha que a vida moderna atrapalha?


PN: Não, eu acho a vida moderna uma maravilha. A vida na Idade Média era um horror. As pessoas morriam de doenças que hoje são banais de ser tratadas. O sofrimento era muito maior. As pessoas morriam em casa com dor. Hoje existem remédios fortíssimos, ninguém mais tem dor.

PODER: Existe algum inimigo do bom funcionamento do cérebro?


PN: Todo exagero.
Na bebida, nas drogas, na comida, no mau humor, nas reclamações da vida, nos sonhos, na arrogância,etc.
O cérebro tem de ser bem tratado como o corpo. Uma coisa depende da outra.
É muito difícil um cérebro muito bom num corpo muito maltratado, e vice-versa.

PODER: Qual a evolução que você imagina para a neurocirurgia?
PN: Até agora a gente trata das deformidades que a doença causa, mas acho que vamos entrar numa fase de reparação do funcionamento cerebral, cirurgia genética, que serão cirurgias com introdução de cateter, colocação de partículas de nanotecnologia, em que você vai entrar na célula, com partículas que carregam dentro delas um remédio que vai matar aquela célula doente que te faz infeliz. Daqui a 50 anos ninguém mais vai precisar abrir a cabeça.

PODER: Você acha que nós somos a última geração que vai envelhecer?


PN: Acho que vamos morrer igual, mas vamos envelhecer menos. As pessoas irão bem até morrer. É isso que a gente espera. Ninguém quer a decadência da velhice. Se você puder ir bem mentalmente ,com saúde, e bom aspecto, até o dia da morte, será uma maravilha.

PODER: Hoje a gente lida com o tempo de uma forma completamente diferente. Você acha que isso muda o funcionamento cerebral das pessoas?


PN: O cérebro vai se adaptando aos estímulos que recebe, e às necessidades. Você vê pais reclamando que os filhos não saem da internet, mas eles têm de fazer isso porque o cérebro hoje vai funcionar nessa rapidez. Ele tem de entrar nesse clique, porque senão vai ficar para trás. Isso faz parte do mundo em que a gente vive e o cérebro vai correndo atrás, se adaptando.

Você acredita em Deus?


PN: Geralmente depois de dez horas de cirurgia, aquele estresse, aquela adrenalina toda, quando acabamos de operar, vai até a família e diz:

"Ele está salvo".

Aí, a família olha pra você e diz:

"Graças a Deus!".

Então, a gente acredita que não fomos apenas nós, que existe algo mais independente de religião.